Debaixo de um sol de 33 graus e com a umidade relativa do ar em 20%, mais de mil pessoas se reuniram em frente à Biblioteca Nacional, na Esplanada dos Ministérios, em Brasília (DF), para participar da 4ª Marcha Nacional da Cidadania pela Vida, que neste ano teve como tema “Quero viver! Você me ajuda?”. A marcha é uma iniciativa do Movimento Nacional da Cidadania pela Vida – Brasil sem Aborto.
A todo o momento os manifestantes, que ocuparam ordenadamente duas faixas da Esplanada dos Ministérios, gritavam palavras de ordem pedindo o fim do aborto no país e a aprovação do Projeto de Lei 478/2007, conhecido como Estatuto do Nascituro, dos ex-deputados federais Luiz Bassuma e Miguel Martini, que tramita no Congresso Nacional.
Segundo a presidente do Movimento Nacional da Cidadania pela Vida – Brasil sem Aborto, doutora Lenise Garcia, o objetivo da manifestação foi pleitear junto ao Congresso Nacional a aprovação do Estatuto do Nascituro. “Viemos hoje a Brasília pedir a aprovação imediata da PL 478/2007. Este estatuto garante uma série de direitos à criança, desde a concepção ao término natural da vida, estipula garantias para a mãe grávida, e outras medidas de proteção da sociedade”.
Marília de Castro, coordenadora do Movimento em São Paulo (SP), falou da importância que o movimento tem alcançado e destacou a experiência bem sucedida das manifestações no estado. “O primeiro ato público em defesa da vida da criança aconteceu na Sé, em São Paulo, à época reunimos mais de 15 mil pessoas. Uma verdadeira demonstração de amor a vida e de indignação com quem pratica o aborto. Desde então, as manifestação recebem cada vez mais pessoas. O que devemos destacar é que é um movimento suprareligioso e suprapartidário, ou seja, é um movimento da sociedade brasileira”.
O assessor da Comissão Episcopal Pastoral para a Vida e a Família, da CNBB, padre Rafael Fornasier, explicou que a importância desse ato por ser ecumênico, reunindo católicos, espíritas, evangélicos e até ateus. “É significante socialmente essa manifestação, pois reúne diversas denominações, que defendem a vida, desde o seio materno, até o seu termino natural; é uma mensagem para a sociedade brasileira. Não é uma questão apenas de religião, mas uma questão moral, ética e que envolvem todos os cidadãos, todas as classes, principalmente os políticos. A nossa luta, enquanto Igreja é propor a vida, a beleza da vida e levar essa mensagem para todo o mundo”, destacou.
“O Brasil já tem leis aprovadas como o Estatuto da Criança e do Adolescente, o Estatuto do Idoso e já existe proposta para aprovar o Estatuto da Juventude. Chegou a hora de o país ter o seu Estatuto do Nascituro, que já foi aprovado na Comissão de Seguridade Social e Família, mas precisa ser aprovado também por mais duas Comissões na Câmara dos Deputados”, disse o ex-deputado, Luiz Bassuma.
A integrante de projetos sociais e de evangelização Jamila Macedo disse que os manifestantes querem mostrar à população que o aborto é um crime. “Se ainda existem divergências quanto ao início da vida, não podemos correr o risco de deixar que centenas de crianças morram até ser decidido”, disse.
Os organizadores da marcha pretendem entregar ao presidente da Câmara dos Deputados, Marco Maia (PT-RS), mais de 50 mil assinaturas pedindo a aprovação do Estatuto.
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