domingo, 7 de agosto de 2011

CASAMENTO, CAMINHO DE SANTIDADE

Casamento, caminho de santidade
Ciclo de conferências do Pontifício Instituto João Paulo II de Roma
Por María de la Torre
CIDADE DO VATICANO, quarta-feira, 19 de janeiro de 2011 (ZENIT.org) - O casamento é um autêntico caminho de santidade, e é por isso que o Pontifício Instituto João Paulo II para Estudos sobre Matrimônio e Família organizou, em janeiro passado, uma série de palestras sobre "Perfis de santidade conjugal".
Nesta série de palestras, trataram de temas como a força que vem do amor, a fidelidade ao amor, testemunhos de amor entre outros, acompanhados de depoimentos de casais no caminho da santidade.
O ciclo de palestras foi inaugurado em 13 de janeiro, com o tema "Um caminho de amor e fé no casal", tomando o exemplo de Raissa e Jacques Maritain, dois jovens intelectuais convertidos que se conheceram em 1900 e desde então começaram uma vida juntos, descobrindo o caminho da fé, com a única meta de santificar seu casamento.
A conversão do casal Maritain não foi fácil, como reconhece a coordenadora do 2º ciclo, Ludmila Grygiel. Raissa e Jacques procuraram o sentido da vida e a verdade na filosofia, e correram o risco de cair em desespero, inclusive pensaram no suicídio.
Toda vez que começavam a estudar o pensamento de um filósofo, crescia sua sabedoria cultural; às vezes até eram absorvidos pelo entusiasmo do discurso que, pouco depois, se tornaria uma espécie de ópio metafísico, como lembra Raissa. Mas, graças à leitura dos místicos, eles entenderam que o que se sabe de Deus não é nada comparado com aquilo que não se sabe sobre Ele.
A sede de verdade dos Maritain não foi saciada pelo estudo, mas pelo amor à verdade, que confere sabedoria, o amor perfeito que dá a liberdade perfeita.
Por sua parte, o cardeal Georges Cottier, OP, teólogo do Papa João Paulo II e do início do pontificado de Bento XVI, presidiu a conferência oferecendo toda a sua experiência sobre o assunto, ao ter conhecido pessoalmente Jacques Maritain, em Roma, em 1946.
Sua Eminência abordou a questão do casal na crise familiar que existe hoje: "Enfrentamos uma grande crise do casamento. É preciso ter em mente a concepção de casamento nas correntes da nossa cultura".
"Vivemos no mundo do momento, do instante, do provisório e isso seria uma coisa boa para refletir junto ao sacramento como tal. Onde está a coluna que sustenta tudo, se não há Deus?", perguntou o cardeal.
"Não podemos esquecer do tempo, que também passa pelo corpo que envelhece. Mudamos inclusive neste ponto de vista. A garota que conheci com 20 anos não é a mesma com 80. Existem também as doenças (...), mas o mundo atual não quer que vejamos isso. Todos são jovens, bonitos, sem doenças. Isso é contrário à experiência humana cotidiana. Na hora da verdade, basta atravessar a rua para ver que a realidade é outra. Isso acontece porque há um materialismo de fundo que destrói o tempo."
"Se não há vida interior e relação com Deus, isso acontece. A juventude e a obsessão com o corpo querem estar ao mesmo nível que o espiritual. Se o corpo estabelece as regras de vida, tudo muda. A isso se acrescentam as enormes dificuldades econômicas que as famílias enfrentam, os problemas no trabalho, o desemprego e até mesmo o fato de que o casal chega em casa exausto do trabalho. No final do dia, cada um já viveu uma experiência diferente e não é possível compartilhá-la, porque a sociedade não permite. Tudo isso é pago pela família. É preciso refletir sobre os condicionamentos sociais da vida em família, porque as pessoas são vítimas desta situação", concluiu o purpurado suíço.
Di Nicola e Danese acrescentaram que "o perdão é uma questão central no relacionamento e que amar dói. Se você ama, você é fecundo, porque o amor é fecundo. Duas pessoas que se amam transmitirão seu amor a todos aqueles que os rodeiam".
A segunda conferência do ciclo foi realizada no dia 3 de março, sobre "Gianna Beretta Molla e Pietro Molla: a força que vem do amor".

Colaboração por email do SCE Pe Ilário
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